quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Em tratamento, Lula tira barba que mantém há 30 anos e raspa cabelo

Valor 17/11
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva raspou ontem a barba e o cabelo, dezesseis dias depois de iniciar o tratamento contra o câncer de laringe. Careca, manteve apenas o bigode. Na próxima semana, Lula deve submeter-se à segunda sessão de quimioterapia.

A esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, cortou a barba e o cabelo dele. A barba marcou o visual de Lula por mais de trinta anos. Em 1989, quando disputou a Presidência, foi chamado de "sapo barbudo" por Leonel Brizola, governador morto em 2004. Até o fim dos anos 70, porém, o petista usava bigode, sem barba. Em 1978, era esse o visual que se destacava no então líder sindical enquanto pedia votos para Fernando Henrique Cardoso eleger-se senador pelo PMDB de São Paulo. "Nunca vi Lula sem bigode", recorda-se Paulo Okamotto, amigo do petista e diretor-presidente do Instituto Lula. Segundo Okamotto, o ex-presidente "está bem" e "sempre pergunta" sobre o funcionamento do instituto que leva seu nome.

A mudança no visual de Lula, por conta da quimioterapia, fomentou boatos como o de que a marca Gillette teria oferecido R$ 1 milhão para o petista raspar a barba. A Gillette e o Instituto Lula desmentiram a informação. O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), ganhou R$ 500 mil da Procter&Gamble, dona da marca Gillette, para tirar a barba, cultivada por 34 anos, e doou a quantia ao Instituto Ayrton Senna.

Lula foi submetido à primeira sessão de quimioterapia em 31 de outubro e a próxima será no dia 21. A quimioterapia deve ser feita até o fim do ano, seguida por radioterapia, em janeiro de 2012. O término do tratamento está previsto para o fim de janeiro.

Com a saúde debilitada, Lula tem evitado participar de eventos e cancelou viagens. Ontem, ausentou-se de encontro com empresários sobre investimentos na África, organizado pelo Instituto Lula em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Hoje será homenageado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, mas não deverá participar.

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